“Buraco” de quem é a responsabilidade?


No dia 11 de maio de 2010, começou a capacitação inicial dos professores aprovados para atuarem no PROJOVEM URBANO aqui em Senador Guiomard. Ao chegar logo cedo à Escola Veiga Cabral, uma pessoa veio em minha direção e me entregou o jornal opinião, o qual comecei a folheá-lo quando der repente me deparo com uma matéria assinada pelo Professor Manoel Lima, que aborda a questão da discriminação que existe no “Buraco”.




Fato é que quando começamos a formação com a mestra em Filosofia da Educação, Professora Leila Ribouças, pude perceber que quando fomos abordar a temática da exclusão dos jovens que farão parte do programa no município, comentei a matéria vincula no Jornal Opinião. Matéria esta que chamou muito atenção da capacitadora, principalmente no trecho: “Moramos no Buraco, mas não somos ratos”. “Somos seres humanos, queremos respeito e dignidade”.

Fato é que a Capacitadora nos propôs uma visita ao “Buraco”, o que nos causou espanto em um primeiro momento, mas aceitamos o desafio de entrar naquela comunidade tão esquecida socialmente pelos que se dizem detentores de poderes e deveres, já que em sua matéria o Professor Manoel Lima conclama todos a fazerem uma visita àquela localidade.

Constatamos in loco tudo que foi vinculado pelo Jornal, nos levando a fazer uma reflexão acerca da real situação que vimos, onde vivem “segregadas socialmente, vitimas de toda sorte e preconceitos”.




Confesso que tive receio ao entrar no chamado bairro “Buraco”, visto saber que naquele local só existiam pessoas violentas e que estão inseridas no mundo das drogas. Mas ao chegar àquela localidade, comecei a conversar com alguns jovens que ali se encontravam e pude perceber no semblante destes, que teem vontade de mudarem, de serem menos estigmatizados por nós que não os olhamos como seres humanos e que merecem nosso respeito, pois estão ali pelas mazelas que a vida lhes impôs. O que também me chamou a atenção foi o fato de que quando fui fazer algumas matrículas, ao perguntar seus endereços, em momento algum falaram que moravam no bairro “Buraco”, mas sim na Av. Paraná, bairro São Francisco, citando inclussive o número da casa.

Fato é que através o PROJOVEM URBANO, no qual estarão muitos daqueles jovens estudando, farei a minha parte como educador, de conscientizá-los de seus direitos e deveres para que comecem a se perceber como cidadãos que estão apenas a espera de uma oportunidade, não só das autoridades constituídas, mas de todos nós que só os olhamos como sendo jovens que só usam e traficam drogas e roubam, mas sim como sujeitos de potencialidade para nosso sociedade.

Com as palavras do Professor Manoel Lima, que diz que “o preconceito mata e a hipocrisia camufla”, termino esse singelo texto conclamando a todos nós para nos unirmos cada um à sua maneira para que façamos algo pela aquelas pessoas que como seres humanos que são, merecem atenção e respeito acima de tudo das cabeças pensantes do nosso município.

Eudiran da Silva Carneiro

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