As reações de professores ante os alunos retornando às aulas são multo variadas. Mas, hoje em dia, a reclamação supera qualquer tentativa de consideração de uma realidade mais feliz.Voltam os alunos e reencontram os mestres na apreensão do aumento salarial. Somam-se aos dissabores do magistério, sobretudo dos mais frustrados, a fraqueza acadêmica cada vez maior dos alunos, a displicência generalizada de toda a sociedade em relação à educação, a descrença na capacidade de uma escola efetivamente ensinar. Não abordo o problema da educação porque a televisão está influenciando mais do que a própria escola, pela modernidade e capacidade visual de persuasão.A propaganda de volta às aulas é uma vergonha contrastando com a outra a favor da educação para todos, quando diz que é por ali que se começa.A televisão mostra uma sala em desordem, alunos jogando papel por todas as partes até a chegada de uma professora colocando tudo em seus lugares. São duas visões. É por aí que se começa, pelo lápis ou pela confusão? Alguns não querem começar por causa da desmotivação e do desânimo e estão vitimados pela descrença.Ante este quadro tão pessimista, mas real, da educação, das escolas e do professorado, dois comportamentos se destacam: o do urubu e o do garimpeiro.Triste e aborrecido, faminto e sedento de carniça, o urubu sobrevoa uma linda planície verde, plantada em sua maior parte, observa rios cristalinos, rodopia por sobre árvores frutíferas e desce rapidamente em direção ao que mais chamou a atenção: A CARNIÇA. Podre, fedo¬renta e insuportável, ela é digerida. Assim são alguns destes que retomaram à escola sem a mínima dose de esperança em alguma transformação.Sobrevoando as cabeças dos alunos, observando os olhares atentos dos primeiros dias, os sorrisos e a beleza das crianças, detém-se naqueles aspectos de reprovação, desânimo e apostam na derrota.Outro grupo manifesta-se como garimpeiro, a imagem do otimismo, atolado na água suja do regato, no meio da lama lidando com a bateia, revolvendo o cascalho, vê, no meio da sujeira, o brilho inconfundível do diamante.Aos mestres não é preciso dizer sobre o início da nova batalha. Importante seria que refletissem sobre as duas imagens propostas, para que cada um pudesse optar por ser mais um garimpeiro neste espaço geográfico de nossa educação, cheio de urubus.
Texto de Joscires Ângelo (Amigo de Xapuri)
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A arte de ensinar a salutar,especial e dura.mais nos paises de primeiro mundo os mestres sao muito mais respeitados, mais reconheço que ja melhorou muito principalmente a qualidade de ensino.todavia, muita coisa ainda tem de acontecer.
ResponderExcluirJoscires Ângelo, entendo que a internet seja Terra Sem Dono, tomado por grileiros e bandoleiros, mas o texto acima me foi apresentado alguns anos antes desta postagem por outra pessoa que se diz autora dele.
ResponderExcluirComo podemos questionar a qualidade da nossa educação quando nem ao menos os direitos intelectuais são respeitados?