Governador do Acre, Binho Marques, prova ao PNUD porque melhorou a qualidade de vida da população do Jordão
“O professor que tem o melhor salário do Brasil está no Jordão”. Dada em entrevista, essa foi uma das frases usadas pelo governador Binho Marques junto à equipe do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) em Brasília para, junto com o senador Tião Viana (PT-AC), que se pronunciou sobre o assunto da tribuna do Senado, esclarecer em definitivo ao país que o município do Jordão não é um dos piores lugares do Brasil para se viver. Como havia mostrado reportagem recente do programa Fantástico, da TV Globo.
Usando e reforçando os indicadores mostrados da tribuna pelo senador para provar os avanços sociais havidos no longínquo município do Jordão, depois do último Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado no ano 2000 pelo PNUD, o governador adicionou, em entrevista, outros argumentos que prova porque o Jordão e todos os outros municípios acreanos mudaram para melhor nos últimos nove anos.
“O pronunciamento do senador repercutiu no Brasil inteiro e faço questão de levar o seu discurso para o PNUD, junto com outras informações e outros dados relevantes do município do Jordão. E vou convidar a equipe do PNUD para visitar o Jordão e outros municípios do Acre para mostrar os avanços que tivemos”, disse o governador na véspera de visitar a direção do PNUD na capital federal.
Em entrevista, Binho Marques ressaltou que o Fantástico baseou seu trabalho em informações coletadas pelo IDH de 2000, ou mais precisamente no segundo ano do governo Jorge Viana. “De lá para cá, a realidade mudou muito e o discurso do senador Tião foi mostrando os avanços que tiveram o Jordão e todo o Estado do Acre de 1999 para cá”, assinalou.
Segundo Marques, as informações prestadas no Senado foram fundamentais também porque mostraram as diferenças culturais e regionais que muito dificilmente são detectadas por um indicador genérico que possa servir para qualquer lugar do mundo. “Ele (Tião Viana) fez um balanço geral do Jordão na saúde, na educação e nas diversas áreas do desenvolvimento”, assinalou Marques, ao informar que iria mostrar à equipe do PNUD os avanços do Jordão e de todo o Acre nas áreas da saúde, da educação e em outros setores do desenvolvimento humano.
Binho Marques fez questão de destacar que o Índice de Desenvolvimento Humano foi um avanço com relação ao indicador do Produto Interno Bruto (PIB), que media apenas a renda. O IDH, por sua vez, acrescentou elementos de longevidade e de educação. Foi exatamente nesses dois pontos, segundo Marques, onde o Jordão mais cresceu.
“O senador falou da redução da mortalidade infantil, dos avanços na saúde e eu particularmente era secretário de Educação quando nós conseguimos fazer com que o Jordão hoje – e tenho orgulho de dizer isso – tem vagas sobrando nas escolas”, assinalou o governador. Ele lembrou que quando Jorge Viana assumiu o governo em 1999, o Jordão não tinha o ensino médio e hoje já tem, inclusive, oferta de ensino superior. “É muito difícil que, em alguns lugares, no restante do Brasil, se saiba o que está acontecendo no Acre”, completou.
Indicadores são diferenciados em cada região
Segundo o governador, é importante que os indicadores do mundo inteiro levem em consideração a qualidade de vida, além de ser importante que todos tenham o mesmo princípio para se poder comparar um lugar com outro. “É importante a comparação de um município com o outro no sentido de que mobilize os gestores para sempre melhorar o atendimento à população”, destacou.
E completou, em seguida: “Agora, esses índices precisam estar baseados em indicadores que são diferenciados em cada região. O que nós precisamos saber é se a população está se alimentando bem, ou seja, se existe uma base de segurança alimentar, se ela tem acesso aos serviços básicos de saúde e de educação. Isso é que é extremamente importante”, completou.
Binho Marques fez questão de ressalvar, ainda, que não se pode medir a qualidade da alimentação com uma base alimentar que não é da região. Além do mais, não se pode medir se uma população está bem alimentada ou não a partir simplesmente da renda. “No caso da Amazônia, nós temos uma população tradicional em que a cultura monetária praticamente não existe. O Jordão, por exemplo, que tem uma vasta população indígena, se alimenta bem, tem acesso à proteína com a carne de caça e a pesca e isso não é contabilizado”, afirmou. Segundo Marques, o que acontece, de modo geral, é que a visão urbana - do Centro-Sul do Brasil e de outros países – só acredita que a pessoa possa viver bem se ela tiver acesso à renda monetária.
“Mas veja o caso do Jordão. No Jordão, se tem acesso a uma escola de excelente qualidade - o Acre era a última qualidade em educação, hoje está entre os 10 melhores do Brasil. Então, essa escola está no Jordão. A mesma escola que tem em Rio Branco, na capital, tem também no Jordão, com o mesmo padrão de qualidade, o mesmo professor com formação de curso superior. O professor que tem o melhor salário do Brasil está no Jordão”, assinalou.
“Então, no Jordão, não precisa pagar para ter acesso a uma educação de qualidade. No Jordão, não precisa pagar para ter os serviços de saúde. O senador Tião Viana mostrou os índices de vacinação e como nós avançamos no Jordão nessa área. Então, não é o fato de ter acesso a uma renda monetária que vai fazer com que se tenha qualidade de vida ali”, completou Marques.
Na entrevista, o governador também lembrou que o Acre foi citado recentemente, de maneira muito positiva, em matéria do jornal francês Le Monde, que destacou que o estado tem qualidade de vida com sustentabilidade. “E é isso que eu quero levar para o PNUD também. Que tenhamos a possibilidade de avançar com novos indicadores, que possam medir, de fato, a qualidade de vida na Amazônia”, disse.
Para Binho Marques, o Jordão tem acesso à educação e à saúde e tem acesso, também, a uma segurança alimentar, que muitas vezes sai de graça, como o peixe, o açaí e a carne de caça. “O que é preciso? É preciso ter o mesmo parâmetro mundial, sim, que é a qualidade de vida. Agora, como você avalia que a pessoa está alimentada ou não? Não é a renda. Para alguns lugares, não é a renda monetária. É se a pessoa teve, de fato, alimentação e acesso aos serviços básicos. E isso, sem dúvida nenhuma, do ano 2000, quando foi feita essa pesquisa (do IDH) para cá, o Jordão avançou consideravelmente”, concluiu o governador.
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